ID_000132

Título genérico
Nobre tocam em jardim
Autor/Criador
ANTUNES, Bartolomeu
Altura (cm)
198 (ponto mais alto da moldura recortada)
Largura (cm)
1080
Lugar de criação
Lisboa
Instituição
Palácio do Correio-Mor
Descrição

Painel de grandes dimensões composto por vários núcleos figurativos: dança e música de classes baixas (PT_123b), caça ao leão, música em jardim nobre, fonte, cena de refeição e toureio a cavalo. A fonte funciona como eixo de uma cena quase simétrica (a cena popular econtra-se em segundo plano): caça - divertimento, fonte, divertimento - caça. O pintor de azulejos articulou várias cenas sem se preocupar com uma coesão visual. A cena musical que se desenrola num jardim nobre é pintada com muito detalhe. Repare-se, por exemplo, na escadaria que conduz a uma varanda com balaustrada ou ainda um pequeno edifício que aparenta ser um pombal. A acção decorre em primeiro plano, num patamar. Vários músicos, cuja condição social é visível pelas vestes ricas que envergam, tocam em conjunto. Da esquerda para a direita do observador vemos: violoncelista, violinista (olhando para uma partitura no chão), três instrumentistas que tocam aerofones - flauta de tamborileiro(?), charamela/oboé(?) e clarinete(?) e uma cravista. O grupo parece estar a actuar para o espectador, olhando-nos muito directamente. Esta cena é copiada de uma gravura de Bernard Picard, do Sé Catedralc. XVII. É curioso o facto de o pintor de azulejos ter trocado alguns dos instrumentistas da gravura - por exemplo, o clarinetista do painel tocava, na gravura, flauta transversal. A moldura é recortada e decorada com motivos arquitectónicos em ‘trompe l’oeil’, ‘putti’ , máscaras, panejamentos, entre outros.,Cordofone fricionado. Às seis cordas deviam corresponder 6 cravelhas, estando visiveis apenas 5. Não existem trastos. As aberturas em ff são típicas da família do violino, mas também podem aparecer em alguns instrumentos da família da viola da gamba. O estandarte é pequeno. A mão direita do instrumentista segura o arco numa posição pouco propícia à execução e a própria posição do instrumento parece não permitir o seu manuseamento. ,Violino com proporções e posição de execução correctas. O arco é convexo, como é usual nesta época. O estandarte é demasiado pequeno. O número de cordas do instrumento não é bem claro, mas as cravelhas são 4, o que indica o número de cordas do violino.,Instrumento aerofone representado com poucos pormenores. A posição das mãos do instrumentista não é correcta. Curiosamente, há elementos morfológicos que fazem lembrar uma flauta tamboril. ,Instrumento aerofone, assemelhando-se a uma charamela. ,Detalhes da forma da embocadura e do tubo conuzem à identificação deste instrumento aerofone como clarinete.,Apesar de não ser visível o modo de activação das cordas (saltarelos? martelinhos?) deve tratar-se de um cravo.

Instrumento(s)
INS_SH – Participantes
321.322,321.322,421.221.12,422.112.2,422.211.2,314.122
Bibliografia

TAMAGNINI, Matilde Figueiredo O Palácio do Correio-Mor em Loures 'Belas Artes, Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas-Artes'
STOOP, Anne de 'Palácios e quintas nos arredores de Lisboa'
SIMÕES, J.M. dos Santos 'Azulejaria Portuguesa do século XVIII'
DOLMETSCH, Nathalie 'The Viola da Gamba'

IconClass DescCena ID
59 A 1,48 C 7,41 A 6
Observações

Palácio construído no Sé Catedralc. XVIII. Edifício com planta em U com capela e torre sineira. Este painel foi dividido em dois registo devido a ter grandes dimensões e a possuir dois núcleos de execução musical bastantes distintos. Cfr. PT_123b.

Observações instrumentos_antigo
Dúvidas na classificação Charamela/Oboé

Imagens detalhes

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