ID_000716

Título genérico
Anjos Músicos
Suporte
Azulejo
Data de criação
c. 1735
Instituição
Igreja de São João Evangelista
Localização actual
Coro alto da Igreja do Colégio, São Pedro, Funchal
Descrição
No centro da composição, dois ‘putti’ de corpo inteiro, alados, gorduchos e nus, bem ao gosto da anatomia barroca, fazem música. À esquerda do observador, um ‘putto’ cantor segura uma partitura (com notação ilegível). À direita, outro toca um aerofone de pequenas dimensões, com tubo cónico com uma volta, não parecendo ter orifícios. Não obstante poucos detalhes se verem na embocadura, aparenta ser um aerofone de bocal (trompa?), com características de forma de tubo algo fantasiadas. Por entre as nuvens, na parte superior, espreitam dois ‘putti’, representados apenas pela cabeça e par de asas. Este silhar de azulejos, azuis e brancos, apresenta um emolduramento (cercadura) rematado, superiormente, por uma panóplia de instrumentos musicais: trombeta, violino, harpa, guitarra, cordofone dedilhado, oboé e charamela, e, ainda, uma partitura (com notação ilegível), e, na parte inferior, no centro, um ´putto´ (cabeça e par de asas) integra-se numa decoração em Ss, volutas e folhas de acanto / elementos vegetalistas, formando uma cartela, figurino que se repete nas colunas laterais, seguindo estética barroca.
Instrumento(s)
INS_SH – Participantes
423; 423.121.22; 321.322-71; 322.211; 321.322; 321.3; 422.111; 422.112.1, 422.112.2
Bibliografia
CALADO, Rafael Salinas, 1999, Azulejaria na Madeira e na Casa-Museu Frederico de Freitas, Funchal, DRAC, pp. 28-31. CARITA, Rui, 1988, O Colégio dos Jesuítas do Funchal - Memória Histórica, Vol. I, Funchal, Governo Regional da Madeira / Secretaria Regional de Educação. ROCHA, Luzia Aurora, 2012, O motivo musical na azulejaria portuguesa da primeira metade do século XVIII, Tese de Doutoramento, NOVA FCSH ROCHA, Luzia Aurora, 2015, Cantate Dominum: Música e Espiritualidade no Azulejo Barroco, Lisboa, Edições Colibri, Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical - Universidade Nova de Lisboa. SANTOS SIMÕES, 1963, Corpus da Azulejaria Portuguesa: Azulejaria Portuguesa nos Açores e Madeira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, p. 175. SANTOS SIMÕES, 1979, Azulejaria em Portugal no século XVIII, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian; IDEM, 1997, Azulejaria em Portugal no século XVII, 2.ª ed., revista e atualizada, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian (2 vols.). SANTA CLARA, Isabel, 2008, “Olhar a música: uma perspectiva sobre a iconografia musical na Madeira”, in MORAIS, Manuel, A Madeira e a Música, Funchal: Funchal 500 Anos, pp. 162-168.
IconClass DescCena ID
11G21 Anjos cantando, fazendo música
Observações instrumentos
Aerofone (de bocal?): Aparenta ser uma trompa fantasiada. Trombetas (a): Pequenas trombetas naturais de tubo reto. Pela sua simplicidade, aparentam mais serem instrumentos de sinal, do que destinados à prática performativa. Trombeta (b): Instrumento natural barroco com uma volta de tubo. Violino: Instrumento morfologicamente bem representado, apenas com as aberturas em ff mal colocadas. O arco tem forma convexa, típica deste período. Harpa: Harpa barroca de pequenas dimensões. O facto de o violino lhe estar sobreposto não permite saber o número exato de cordas. Guitarra: Instrumento barroco com quatro ordens de cordas estando parcialmente visível. O cravelhame é ligeiramente dobrado. Cordofone dedilhado: Instrumento parcialmente visível com caixa de ressonância pequena, mais coincidente com a de um cistre, mas com caixa abaulada, como o alaúde. Oboé: Visível apenas a parte final do tubo, com a ‘fontanelle’ e a campânula. Charamela: Visível apenas a campânula.