- Título genérico
- Anjos músicos
- Suporte
- Pintura
- Data de criação
- século XVIII
- Técnica
- Pintura a fresco
- Descrição
A Capela-mor desta capela é de planta circular com cobertura em zimbório de caixotões também decorados por pinturas murais figurando cenas da vida da Virgem, anjos músicos e cantores, ‘putti’, e os quatro Evangelistas. A decoração é nobre e está organizada por níveis hierárquicos que ascendem da dimensão terrena à celeste. Num primeiro nível encontramos pinturas murais dos quatro Evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, identificados por legenda e com os respectivos símbolos, como é exemplo a águia, no caso de S. João. Sobrepõem-se os episódios principais da vida da Virgem, em cenas bem delimitadas por cercaduras. No nível superior sucedem-se, de forma quase teatral, uma série de anjos, na sua maioria, músicos e cantores e, por último, uma última camada compositiva com putti. O estado de conservação dos frescos não é uniforme e, em alguns casos, dificulta a correcta identificação de alguns instrumentos. O conjunto instrumental não parece indicar qualquer intenção de representar uma prática musical de conjunto, pela associação indiscriminada de instrumentos musicais de capela alta e baixa, mas antes uma exibição electiva de alguns instrumentos seleccionados. Relativamente aos cordofones, encontramos um violino, uma harpa e um alaúde (?). A figura do anjo que toca alaúde encontra-se em mau estado de conservação. Relativamente aos aerofones, o conjunto possui uma corneta (ou corneto), três charamelas e uma trombeta em forma de ’S’. O anjo que toca corneto encontra-se em mau estado de conservação, mas é possível ter a certeza de que se trata deste instrumento pela forma e tamanho do tubo e pela posição de execução. A presença de uma trombeta em forma de ’S’ é extremamente fora de contexto, num conjunto que parece todo ele muito mais tardio, levantando algumas dúvidas na datação do conjunto. Relativamente aos restantes aerofones, as três charamelas representadas têm tamanhos diferentes. O mau estado de conservação não deixa perceber com certeza se uma das charamelas (a maior) possuí ou não fontanelle. Falta referir, na totalidade do conjunto vocal-instrumental, dois cantores que seguram partituras (a notação musical é totalmente ilegível).
- Instrumento(s)
- INS_SH – Participantes
- 321.322.71, 322.211, 321.322, 422.1, 423.111.2 , 423.1,
- Referências externas
- Observações instrumentos
O violino apresenta vários problemas ao nível da execução, que são contraditórios, nomeadamente o arco côncavo, que indica séculos mais antigos (pois a tendência evolutiva é de o arco se tornar mais convexo) e o apoio no queixo/ombro, que indica um maior avanço no tempo, relativamente ao apoio do instrumento no peito. Ao nível organológico há uma mistura de elementos típicos da família do alaúde, como é o caso da barra em lugar do estandarte. O instrumento apresenta apenas três cordas mas tal pode derivar de um retoque mais tardio. O cravelhame é fantasiado e verifica-se a ausência de voluta. A harpa tem, possivelmente, treze cordas, e apresenta duas aberturas na caixa harmónica. O instrumento aparenta ser um modelo dos séculos XVII/XVIII. Sobre o alaúde é apenas possível verificar que tem uma caixa periforme, possivelmente abaulada. O anjo que toca corneta encontra-se em mau estado de conservação, mas é possível ter a certeza de que se trata de uma corneta pela forma e tamanho do tubo e pela posição de execução. A trombeta em forma de ’S’ está correctamente representada. Relativamente aos restantes aerofones, as três charamelas representadas têm tamanhos diferentes. O mau estado de conservação não deixa perceber com certeza se uma das charamelas (a maior) possuí ou não fontanelle.
