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Painel de grandes dimensões com sucessão de cenas mitológicas das ‘Metamorfoses’ de Ovídio. Da esquerda para a direita do observador: Aqueloo (deus rio) rouba a virgindade à jovem Perímele e seu pai, Hipodamante, não aceita a situação e atira a filha de um penhasco para a matar. Aqueloo apanha-a e implora a Neptuno que preserve a sua memória. Neptuno transforma-a em ilha; Mercúrio adormece Argo para salvar Io; Píramo e Tisbe na cena final da sua história, onde morrem, vendo-se também um leão em segundo plano; Vénus e Adónis, onde a deusa chora a morte do jovem caçador. As cenas musicais são apenas duas: as de Mercúrio e Argo e Vénus e Adónis. Na primeira, Mercúrio e Argo estão sentados debaixo de uma árvore. O primeiro, identificado pelo chapéu com asas aladas e pelo ceptro no chão, toca um instrumento aerofone, possivelmente um oboé, adormecendo Argo. Vemos em segundo plano várias casas, algumas vacas, uma das quais seria Io, metamorfoseada por Juno devido a ciúmes causados pelas traições de seu marido, Júpiter. Na segunda, Vénus agarra Adónis, já morto. O jovem ainda segura a trompa de caça. A causa da sua morte aparece representada em segundo plano, um javali que foge. O carro puxado por cisnes e um cupido com arco e aljava são atributos de Vénus que ajudam o observador a identificá-la. Esta cena de Vénus e Adónis é cópia de uma gravura publicada por Crispin de Passe. Possivelmente as outras histórias também serão copiadas de gravuras europeias. Barra com máscara e festões. A parte inferior da barra parece ser de data posterior. Instrumento aerofone que, apesar de ter poucos pormenores organológicos, se assemelha a um oboé, evidenciando muitas características da charamela. Trompa de caça em forma de crescente mas com o tubo a assumir forma estranha junto à parte do bocal.