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Cena da vida de S. António de Lisboa (ou de Pádua). Refere-se à sua admissão em Monte Paolo, um eremitério em Itália, em 1222-24. Vemos Santo António ajoelhado tendo pousado no chão, a seu lado, uma cruz, alguns alforges e um lírio, símbolo da pureza. Junto a ele, pequenos pássaros voam. Está em êxtase a contemplar uma imagem celestial de Jesus Cristo (em Menino), rodeado por anjos. Jesus estende-lhe os braços. Ao lado de S. António está um monge, que olha directamente para o observador. Tem os braços esticados, apontando para o Santo, conduzindo, assim, o nosso olhar para este acontecimento milagroso. A inscrição ANTONIVS IN MONTE SANCTI PAVLI ajuda à descodificação da cena e à imediata produção de sentido. Em segundo plano estão dois eremitas, que caminham. O pintor representou também a igreja deste eremitério, actualmente consagrada a S. António. Esta igreja foi reconstruída no Sé Catedralc. XX em estilo neo-gótico. A representação que está no painel de azulejos tem semelhanças com o edifício actual, nomeadamente no corpo principal e na torre sineira, à esquerda. Devido a tais semelhanças, esta é, muito provavelmente, uma representação (com uma certa veracidade) do edifício antes da sua reconstrução. A barra do painel é decorada com motivos vegetalistas.,O sino é um instrumento de sinal especialmente importante para a igreja católica. Assume um papel fulcral nos diferentes anúncios, sejam de cerimónias religiosas, de mortes, ou de chamamentos e avisos vários, parte integrante do dia-a-dia da comunidade monástica. Este instrumento está colocado na torre de uma igreja.