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O povo de Sousel, vila alentejana pertencente ao distrito de Portalegre, atribui a fundação da sua localidade ao condestável D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431). Há factos históricos que põem em causa esta lenda, como o Foral Medieval de Estremoz (1258), onde D. Afonso III já faz referência aos Reguengos de Sousel. D. Nuno Álvares Pereira entra, de facto, na história de Sousel, no contexto da crise dinástica de 1383-1385: a batalha dos Atoleiros, decorrida na zona de Fronteira (muito próxima de Sousel), em que as tropas portuguesas, comandadas pelo Condestável, lutaram contra os exércitos de Castela, tendo vencido. Este painel ilustra a memória colectiva de uma população que não esquece a ligação de D. Nuno Álvares Pereira à localidade, ilustrando uma batalha, por certo a dos Atoleiros. D. Nuno está representado em primeiro plano, trajando uma soberba armadura. Diz aos exércitos os seguinte: ‘EXPECTATE HIC, ET POSTQVAM ADORAV ERIMVS REVERTEMVR AD VOS’. Possivelmente a frase seria ‘EXPECTATE HIC, ET POST QUAM ADORA ERIMUS REVERTEMUR AD VOS’ (’Esperai aqui por nós e depois o que eles pedem em oração será para vós’). Vemos uma criança que toca tambor. A cena está representada num espaço em forma de tímpano, não muito usual. Emolduram a cena ornamentos vegetalistas e outros que relembram a ‘ponta de diamante’.,Tambor cilíndrico, possivelmente bimembranofone.