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Da lado esquerdo do observador vemos uma povoação junto a um rio. De uma casa senhorial parecem ter saído os três nobres que se passeiam (duas mulheres e um homem). As senhoras vestem ricos vestidos, usam toucado ‘a la fontange’ e seguram leques. O senhor usa peruca, casaca com faixa a atravessar, lenço ao pescoço, espada, chapéu na mão, tudo de acordo com a moda francesa. Um pouco mais à frente deste grupo encontramos um casal de camponeses e um cão. A camponesa carrega na cabeça um fardo de erva e tem, de forma engraçada, o chapéu por cima. Está ligeiramente voltada para trás, observando o grupo de nobres. É muito estanho o ceptro que ela segura, quase lambrando o caduceu de Mercúrio. O homem segue em frente tocando charamelinha. Note-se que o pintor representou o instrumentista a tocar com ar nas bochechas. Uma espécie de porta ou arcada, formada por troncos de árvores, introduz novos elementos da composição. Assim, à direita do observador ,encontramos mais personagens, conversando, observando um porto marítimo de uma localidade, em segundo plano. ,Aerofone tipo charamela de pequenas dimensões. Instrumento português de cariz popular, relacionado com o meio pastoril, ainda hoje usado em Portugal. Ernesto Veiga de Oliveira chama a este instrumento ‘Palheta’.