- Título genérico
- Cântico dos cânticos
- Autor/Criador
- Oficina de P.M.P. (atrib.)
- Suporte
- Azulejo
- Data de criação
- século XVIII
- Altura (cm)
- 167
- Largura (cm)
- 847
- Lugar de criação
- Lisboa
- Instituição
- Igreja Paroquial de S. Agostinho a Marvila
- Descrição
Cena que ilustra uma passagem do livro Cântico dos Cânticos. No exterior, junto a uma habitação apalaçada, estão quatro mulheres jovens, de alta condição social, um homem trajado com túnica e um ‘putto, segurando uma cartela com a inscrição “EACMAE AVDIRE VOSEM TVAM”. Sentada debaixo de uma árvore uma das jovens toca harpa, acompanhando o cantor. À direita, as outras três jovens escutam a música com prazer. É de realçar a beleza dos trajes e a delicadeza com que o pintor realizou o trabalhado das rendas, penteados e jóias. Estas figuras podem representar os principais personagens desta livro da Bíblia: o noivo (que seria o Rei Salomão, a quem se atribui a autoria dos textos) a noiva e as ‘filhas de Jerusalém’, que seriam possivelmente as criadas da noiva do rei. A inscrição que está na cartela insere-se na primeira parte do texto, sobre o início do amor, mais precisamente no terceiro poema. A amada fala da voz do amado e da Primavera. Ela diz ‘(...) O meu amado fala, e diz-me: Levanta-te minha amada, formosa minha, vem! Eis que o Inverno já passou! e a chuva já se foi! (...) Pomba minha, que te aninhas nos vãos do rochedo (...) Deixa-me ver a tua face, deixa-me ouvir a tua voz (...)’. Barra decorada com motivos vegetalistas e ‘putti’.
- Instrumento(s)
- INS_SH – Participantes
- 322.211
- Bibliografia
s.a.'Igreja Paroquial de Santo Agostinho - MARVILA'
- Referências externas
- Observações
A igreja paroquial de S. Agostinho, onde está este painel, era a antiga igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição a Marvila, das religiosas da Ordem de S. Salvador (Brígidas), um templo seiscentista que sobreviveu ao terramoto de 1755. Apesar de os azulejos do coro baixo serem atribuídos por Luísa Arruda a António de Oliveira Bernardes são evidentes os traços que caracterizam os trabalhos de P.M.P (rostos, ornamentos, pintura dos bordados dos panejamentos), muito de acordo com o rodapé de anjos, por baixo dos painéis.
- Observações instrumentos
Harpa com cerca de 23 cordas. São visíveis a caixa de ressonância, braço, consola, mas não as cravelhas ou outro tipo de pinos que permitissem a afinação.