- Título genérico
- Rei David penitente com harpa (Torre de David)
- Autor/Criador
- PEIXOTO, Pedro
- Suporte
- Pintura
- Data de criação
- 1719 (?)
- Técnica
- pintura sobre madeira
- Lugar de criação
- Peniche
- Instituição
- Igreja de Nossa Senhora da Ajuda - Peniche
- Descrição
Rei David ancião representado ajoelhado, trajando vestes reais, com medalhão de ouro com pedra preciosa ao pescoço. A sua coroa e ceptro estão pousados no chão. Olha directamente para o observador, com ar melancólico. Com a sua mão direita aponta para uma torre, que parece ser uma visão celestial ou a alusão a algo construído por Deus, algo divino, uma vez que se encontra entre nuvens por onde espreitam três cabeças de anjos. Com a outra mão sustém, em pé, a sua harpa. É possível que estejamos perante a Torre de David, referida no livro dos Cânticos (Ct 4, 4): "O teu pescoço é a torre de David, construída com defesa: dela pendem mil escudos e armaduras dos heróis". Em segundo plano, vemos uma balaustrada e um sumptuoso palácio em jardim. Uma leitura proposta para a obra é a escolha do sagrado (pela via do Cântico dos Cânticos do Antigo Testamento) em detrimento do profano (palácio em segundo plano).
- Instrumento(s)
- INS_SH – Participantes
- 322.211
- Bibliografia
SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, V, 1955; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976;
GONÇALVES, Flávio, As obras setecentistas da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na Arte Portuguesa da primeira metade do séc. XVIII, Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, 88, 89, Lisboa, 1982, 1983;
REIS, Vítor Manuel Guerra dos - O Rapto do Observador: invenção, representação e percepção do espaço celestial na pintura de tectos em Portugal no século XVIII. Lisboa: s.n., 2006. Texto policopiado. Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2 vols;
- Referências externas
- Observações instrumentos
Harpa barroca diatónica representada com muito pormenor. A sua estrutura é totalmente proporcional, com caixa de ressonância com duas aberturas redondas (bocas) e uma em forma de S, braço e cravelhame que termina em voluta. Na caixa de ressonância temos representados 32 pontos de fixação de cordas, número correcto para os modelos da época.