- Título próprio
- EV SOV O MESTRE DA COLFA
- Título genérico
- Macaria
- Autor/Criador
- Desconhecido
- Suporte
- Azulejo
- Data de criação
- século XVII
- Lugar de criação
- Lisboa
- Instituição
- Fundação das Casas Fronteira e Alorna
- Localização actual
- Palácio Fronteira
- Descrição
Vemos nesta imagem quatro macacos com túnicas (vestes eclesiásticas) que dão uma aula de música, conclusão obtida pela inscrição "Eu sou o mestre da solfa". Os macacos têm papéis distintos: o que está no centro da composição será o mestre, função mais importante, pois tem à sua frente uma estante de música com partitura (notação ilegível) e empunha o dedo indicador como se dirigisse a música ou quisesse indicar algo. Traja gola e mitra na cabeça. Tem óculos (à época, símbolo de erudição, aqui colocado de maneira satírica). Outro macaco toca órgão de tubos, outro acciona o fole e tem a boca aberta (canta?) e o outro olha para um livro aberto (livro de música?). À frente do mestre da música temos dois gatos grandes e gordos. Um deles olha fixamente para o mestre; o outro olha para o observador com cara assustada e com ar de incompreensão. A cena continua com um macaco a castigar um gato com uma palmatória ou menina de cinco olhos. Vários elementos indicam que se trata de uma cena satírica: a palavra "solfa" que significa "música" mas que também pode significar "barulheira" ou "gritaria"; os macacos, que assumem a verticalidade e a figura humana, e as suas atitudes, troçando do próprio observador. Por estes motivos, estamos perante uma crítica social à música, às instituições musicais e aos seus agentes.
- Instrumento(s)
- Bibliografia
Rocha, Luzia Aurora, Luís Correia de Sousa, Imagens de Música : itinerário iconográfico-musical, Althum, CESEM/NOVA FCSH, 2019
- Referências externas
- Notas
Esta cena representada do "Mestre da Solfa" tem continuidade para outra cena satírica aos barbeiros-cirurgiões (também macacaria) com o título "Cirurgião aprovado".
- Pessoas/Entidades
- Observações instrumentos
Órgão positivo, com 10 tubos. Não é possível contabilizar o número de teclas. O fole está colocado debaixo do instrumentista, o que não é usual. Trata-se, possivelmente, de uma sátira com contornos escatológicos. O instrumento tem morfologia e anatomia correctas, contudo, não há rigor na representação fiel do número de tubos, que parece ser aleatório.